Depois de um longo inverno fomos para a Barra do Paraguaçu no fim de semana. O tempo não tava lá essas coisas, mas a Barra é a Barra, chova ou faça sol. Aliás, basta citar o nome, que eu já estou de mochila pronta e chinelo no pé, em direção à porta. Eu e Jazz, é certo.
Fomos de última hora no sábado, debaixo de um toró daqueles. Mas era aniversário de Tita Tânia e não poderíamos faltar.
No domingo, felizmente, a chuva deu uma trégua, deu até pra ir à praia um pouquinho, muito embora o sol estivesse se fazendo de rogado, ora aparecia, ora ficava atrás das nuvens, num esconde-esconde sem fim.
Praia na Barra é sinônimo de caçar carangondé (também conhecido como ermitão). É pegá-los na água, trazê-los para areia e deixá-los voltar para o mar. Não precisa mais que isso. Jazz também arrisca os seus banhos, mas ele não vai muito longe, basta que molhe suas orelhas que ele sai correndo da água.
Voltamos ontem depois do almoço. Exaustos. Jazz nem reclamou na hora de entrar no carro. Eu também não. Deu até uma preguicinha pra ir pra aula hoje, argumentei dizendo que precisava cuidar do meu irmãozinho, pra poder ficar em casa, mas não teve jeito, não.
Hoje começa a primavera. Termino o post de hoje com o trecho de um texto de Cecília Meireles e fotos do nosso fim de semana.
Uma ótima semana pra você! ;o)

“(...) Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.”
(Primavera - Cecília Meireles, Obra em Prosa, Volume I)

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